Chutado do Senado por 74 parlamentares com os quais nutria um bom relacionamento, sem que nenhum se arriscasse a defendê-lo, Delcídio do Amaral vem se permitindo uma sinceridade rara no meio político. Em entrevista ao Roda Viva, não se furtou a adjetivar antigos aliados e novos desafetos.
Dilma Rousseff, ou ao menos o modo de pensar da presidente, foi chamada de tosca. Em especial quando acreditava que a Lava Jato não a atingiria.
Ao presidente do PT e seu trabalho coube o adjetivo “bizarro”. Segundo Delcídio, cabe ao partido reconhecer erros e corrigir a postura, a exemplo de outras siglas esquerdistas no mundo.
Mas o veneno maior foi reservado a Renan Calheiros, tido por Delcídio como um “cangaceiro” na Presidência do Senado. Foi o peemedebista quem condicionou a queda de Dilma à cassação do ex-líder do governo.
Delcídio é dono da delação mais importante da Lava Jato até o momento. Os investigadores consideram o depoimento dado como peça fundamental para ligar as pontas soltas do esquema investigado. Por mais que Dilma tenha caído pelas pedaladas fiscais, é a acusação de obstrução de Justiça que a impedirá de voltar.